Quais os cuidados técnicos na preparação do corpo pós-morte?

Quando alguém próximo falece, precisamos lidar com várias questões burocráticas e sentimentais. Mas você já parou para pensar quais são os aspectos técnicos necessários para a preparação do corpo pós-morte?

Apesar de esse não ser um assunto muito discutido entre os leigos, existem técnicas extremamente importantes capazes de garantir que não haverá nenhuma contaminação e permitir que os familiares possam velar o corpo do falecido em devidas condições.

Quer entender melhor esses processos? Continue a leitura!

Qual a importância da preparação do corpo pós-morte?

A preparação do corpo pós-morte começa ainda no hospital, assim que o óbito é declarado. Nesse momento, as equipes de enfermagem precisam realizar uma série de procedimentos que visam reduzir os riscos de contaminação, garantir a integridade do leito para outros pacientes e enviar o corpo de maneira correta até a funerária ou o IML.

Já na funerária, o principal responsável pela preparação dos corpos é o tanatopractor, que utilizará uma série de técnicas para deixar o falecido com a melhor aparência possível, permitindo que os seus parentes o velem de forma adequada.

Assim, são esses profissionais que higienizam o corpo, impedem o vazamento de gases e líquidos durante o funeral e realizam reconstruções em caso de mortes violentas, como de acidentes de trânsito.

Sem essa preparação, dificilmente seria possível velar nossos falecidos, porque haveria um risco maior de contaminação das pessoas ao redor, além de que seria preciso lidar com os odores desagradáveis e também a aparência do falecido após horas da morte.

Quais as técnicas usadas na preparação do corpo pós-morte?

preparação do corpo pós-morte

É importante salientar que essa preparação do corpo pós-morte é algo bastante antigo e que era realizado em civilizações como os egípcios e os gregos, visando, justamente, preservar o corpo por mais tempo para que os rituais de despedida pudessem acontecer.

Veja as orientações mais importantes em cada uma das etapas.

Hospital

Como dissemos, quando alguém falece no hospital, assim que o óbito é declarado, as equipes de enfermagem precisam seguir uma rotina criteriosa. Em geral, essa etapa envolve:

  • desligar todos os aparelhos;
  • fechar os olhos do paciente ou fixá-los com fita adesiva (para evitar que os olhos fiquem abertos quando ocorrer o enrijecimento cadavérico, ajudando a preservar a aparência natural);
  • colocar e reposicionar as próteses dentárias, caso existam;
  • tampar com algodão seco os orifícios naturais do corpo;
  • higienizar o corpo;
  • sustentar a mandíbula com fita ou ataduras para manter a posição anatômica antes do enrijecimento cadavérico;
  • unir os pés e fixá-los com fita adesiva ou atadura pelo mesmo motivo anterior;
  • encaminhar o corpo ao local adequado;
  • realizar a limpeza e a higienização do leito;
  • reunir os pertences do paciente para entregá-los à família;
  • em casos religiosos específicos, as equipes são avisadas para realizar determinados procedimentos exigidos pelos familiares.

Funerária

A tanatopraxia é uma das técnicas mais importantes na preparação do corpo pós-morte e é realizada pela equipe funerária. Esse é um gesto de carinho que envolve várias técnicas para tornar o corpo mais de acordo com o que nos recordamos do falecido.

Para isso, são seguidas várias etapas que envolvem a aplicação de produtos químicos no cadáver em substituição às antigas técnicas de embalsamento. Após essa aplicação, o falecido ficará com uma aparência corada e serena, adequada para os velórios.

Algumas das etapas realizadas nesse procedimento são:

Desinfecção

Assim que o corpo chega até a funerária, ele deve passar por um processo de desinfecção (que precisa ser feito independentemente da causa da morte). Para isso, todo o corpo recebe a aplicação de um potente desinfetante. Após a secagem, é realizada uma massagem vigorosa na musculatura para que elas se soltem (já que o enrijecimento cadavérico deixa a musculatura mais contraída).

Na sequência, são retirados todos os pelos da face, do pescoço e da garganta, preservando-se apenas os cílios, as sobrancelhas e escalpo. No caso dos homens, se durante toda a vida o falecido usou barba ou bigode, é possível mantê-los para o velório.

Reconstrução da face

Logo após o falecimento, nosso corpo entra em processo de decomposição. Isso faz com que, rapidamente, o tecido mais macio do rosto comece a “afundar”, em especial na cavidade ocular. Há também uma contração natural dos lábios e das bochechas – que podem dar um aspecto ruim para os familiares.

Por isso, o agente funerário usa um cone semiesférico em cada olho, posicionado atrás das pálpebras e aplica um creme que capta umidade entre o cone e a pálpebra, mantendo a pele hidratada e macia. Os olhos ficam fechados devido à aplicação de um gel adesivo na borda das pálpebras e a boca é suturada na base das gengivas, ficando, assim, fechada.

Artérias e cavidades

Para impedir o vazamento de líquidos, odores desagradáveis e outros problemas, é realizada a injeção de uma solução de formaldeído em uma das artérias do corpo. Esse líquido é responsável por criar uma pressão interna que permite drenar o sangue da veia jugular ou do coração.

Outro processo muito importante é a remoção dos órgãos internos, que é feito abrindo-se o abdômen. A partir de então, cada órgão é drenado e retirado. Depois, eles ficam mergulhados em uma solução específica por algumas horas enquanto o agente funerário preenche as paredes internas da cavidade com pó ou gel específico.

Somente após isso, os órgãos são colocados dentro de um saco plástico grosso e fechado hermeticamente e, então, novamente eles são incluídos no interior do corpo.

Essa etapa é importante para evitar que escapem gases ou fluidos com risco biológico dos órgãos internos do falecido, o que poderia comprometer a saúde das pessoas no velório.

Maquiagem

Por fim, os cabelos do falecido são lavados e enxugados, penteados e cortados profissionalmente. Na sequência, o corpo é vestido com as roupas trazidas pelos familiares e a necromaquiagem é aplicada.

O intuito é cobrir abrasões, feridas ou outros problemas que o falecido possa ter visível na sua pele. Também são aplicadas maquiagens específicas que buscam trazer uma coloração mais amena ao falecido (que nesse momento já começa a sofrer com a descoloração da pele).

Somente após toda essa preparação do corpo pós-morte estar completa é que o falecido é transferido ao caixão e enviado ao velório. Esses são procedimentos padrões para a preparação do corpo pós-morte. Porém, eles podem variar dependendo das condições do óbito.

Em geral, o processo total pode levar de 1 a até 4 horas. Dependendo do tempo pelo qual o velório se estender, podem ser necessários outros procedimentos, visando manter o corpo o mais preservado possível dentro do tempo estimado para as homenagens fúnebres.

Como você viu, existem muitos cuidados e técnicas que precisam ser usados na preparação do corpo pós-morte. Eles são indispensáveis para que os corpos possam ser transportados e velados com segurança, além de ajudar as famílias a se despedirem de uma maneira mais amena daqueles que partiram.

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