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A exumação de corpos é um procedimento relativamente comum e que pode ser ordenado pela Justiça por diversos motivos, como uma nova investigação sobre as causas da morte e exames de DNA. Esses também são os motivos que levam a exumação de famosos — em alguns casos, o procedimento é até mesmo indicado por estudos históricos na tentativa de reconstruir algum passo importante para a história de determinada região ou do mundo. Alguns casos são curiosos, outros são mais usuais.
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Yasser Arafat foi líder da Organização pela Libertação da Palestina (OLP) e o primeiro presidente da Autoridade Palestina. Ele faleceu em 2004, na França, aos 75 anos, após sofrer com fortes dores de estômago, enquanto estava em Ramallah, na Cisjordânia.
A pedido da viúva, Suha Arafat, uma nova investigação sobre as causas da morte foi aberta em 2012, quando a exumação dos restos mortais de Arafat foi autorizada. A suspeita era de que o líder palestino tivesse sido envenenado com polônio -210, um material radioativo e que foi encontrado nos seus pertences, após uma investigação de uma clínica suíça.
O corpo de Arafat foi exumado por uma equipe de especialistas e analisado separadamente por estudiosos suíços, russos e franceses. Apesar de o material radioativo ter sido encontrado nas amostras analisadas, os especialistas acreditam que este tenha vindo de uma contaminação ambiental. Afinal, também encontraram isótopos no túmulo do líder palestino.
Em 2015, o caso foi encerrado e o resultado da perícia foi inconclusivo. O caso de assassinato de Arafat foi arquivado por falta de provas e as apurações foram encerradas em setembro de 2015.
A exumação de famosos não é moderna e atual, visto que é recorrente na história mundial. Um dos casos mais conhecidos é de Adolf Hitler, que se suicidou em 1945, ao lado da sua noiva, Eva.
Algum tempo depois, o corpo parcialmente cremado de Hitler foi desenterrado pelas tropas soviéticas que invadiram Berlim para estudos do serviço secreto. Depois, os restos de Hitler, Goebbels e Braun foram provisoriamente enterrados em uma floresta próxima de Rathenow, uma cidade alemã.
Por muitos anos, o paradeiro do corpo de Hitler foi um mistério da história mundial. Mas, em dezembro de 2009, Yuri Jristoforov, chefe do arquivo FSV, contou ao mundo o que aconteceu.
Após o enterro provisório, os restos de Hitler e de outras pessoas sepultadas em 21 de fevereiro de 1946 foram enterrados em uma base militar soviética secreta na Alemanha. Em março de 1970, o então presidente da KGB, Yuri Andropov, solicitou ao Politburo comunista para destruir os restos mortais das pessoas ali enterradas.
O pedido era para exumar e destruir os restos mortais de todos os criminosos de guerra, evitando que a divulgação das suas localizações trouxessem peregrinos fanáticos por Hitler. A operação foi liberada e aconteceu em abril de 1970, por um grupo operacional da KGB, por meio da incineração dos restos mortais em uma fogueira, em um local descampado próximo da cidade alemã de Schonebeck.
Os únicos “restantes” desse procedimento foram a mandíbula de Hitler e alguns fragmentos do crânio, que permanecem no Arquivo estatal da Rússia, junto de outros materiais pessoais coletados em maio de 1945. Porém, nem todo mundo acredita nessa história, que já foi colocada em xeque por alguns cientistas da Universidade de Connecticut, dos Estados Unidos.
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A exumação de famosos não acontece só em outros países. Uma das mortes mais intrigantes da história brasileira também passou por um processo de investigação.
João Goulart, Jango, foi deposto da presidência pelos militares em 1964 e faleceu no exílio em dezembro de 1976, na Argentina. A causa da sua morte nunca foi esclarecida e a suspeita era de que o ex-presidente tivesse sido envenenado.
O processo de exumação teve início em 2007, com o pedido da família de Jango ao MPF para a reabertura das investigações. Em 2011, esse pedido foi parar na Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e a exumação foi liberada em 2013, após 37 anos da morte de Goulart.
Na época da sua morte, o corpo de João Goulart não passou por nenhum tipo de autópsia e os registros médicos indicaram que o óbito foi causado por um infarto, considerando que Jango já sofria com problemas cardíacos há quase 10 anos. Com o fim da ditadura, novas suspeitas começaram a ser levantadas.
Assim, começaram a haver indicativos de que, talvez, Jango tivesse sido envenenado, devido a troca dos seus medicamentos em uma ação da Operação Condor. Porém, apesar da exumação, o laudo apresentado pela Polícia Federal foi inconclusivo.
O laudo não indicava substâncias tóxicas ou outros itens que pudessem causar a morte de Jango. Contudo, a análise também não foi suficiente para descartar a hipótese de envenenamento, já que o tempo passado até a exumação foi muito grande.
Nem só por motivos históricos as exumações de famosos acontecem. Em 2012, a Justiça brasileira decretou a exumação de Tim Maia para um processo de paternidade, envolvendo sua suposta filha, Rafaela Soares Campos.
A exumação aconteceu no Rio de Janeiro para a retirada de material genético usado no teste de DNA de Rafaela, que desde 2011 buscava na Justiça o reconhecimento da paternidade. Segundo ela, sua mãe havia trabalhado durante 7 anos em shows de Tim Maia. Porém, o teste deu negativo, ou seja, Rafaela não era filha de Tim Maia.
Salvador Dali
Os restos mortais do pintor surrealista Salvador Dalí, que haviam sido embalsamados, foram exumados por ordem d um tribunal para um exame de determinação de paternidade. Foram extraídas amostras de cabelo, unhas, dentes e ossos.
Segundo os especialistas responsáveis, o famoso bigode do artista estava intacto, mesmo 28 anos depois da morte. “O bigode estava na posição clássica, marcando dez horas e dez minutos”, disse o secretário-geral da Fundação Gala-Dalí, Luis Peñuelas Reixach, durante entrevista no Teatro-Museo Dalí, em Figueres, Girona.
“Fiquei assombrado. Foi como um milagre”, disse o médico que participou do processo de embalsamamento de Dalí em 1989 e acompanhou a exumação, Narcís Bardalet.
O teste, no entanto, deu negativo, revelando que Dali não era pai Pilar Abel Martínez.
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