Como funciona a cremação em diversas culturas do mundo

Sempre que pretendemos visitar outros países, nos vêm questionamentos acerca dos costumes e da cultura do lugar. Afinal, é comum termos curiosidade para saber como vivem os diferentes povos espalhados pelo mundo, até mesmo na hora da morte.

Pensando nisso, resolvemos escrever esse texto cheio de curiosidades, falando sobre como funciona a cremação em diversas culturas do mundo, com os respectivos posicionamentos religiosos. No Brasil, país majoritariamente católico, ela é permitida e vem sendo cada dia mais praticada por ter, no geral, menos custos.

Mas e em outros locais? Como será que ela funciona? Saiba mais sobre a cremação em diversas culturas do mundo!

Como funciona a cremação nos países orientais

A cultura oriental é muito diferente da nossa, isso é certo. Para a maioria das religiões nesses países, a cremação é uma prática consagrada, já que o fogo tem uma função purificadora, que liberta a alma.

As duas religiões mais populares no oriente são o budismo e o hinduísmo, que têm como costume cremar os corpos. Veja como funciona a cremação de acordo com essas duas crenças:

A antiga sociedade hindu

Para essa sociedade, a morte é o meio de acesso ao Absoluto — ser que basta a si mesmo e que, por tal motivo, é necessário, infinito e perfeito —, ao Eterno e à paz originária. Nessa busca, não procuravam a permanência na terra; pelo contrário, é pelo fogo que o corpo era libertado de seus pecados.

A destruição do corpo pelo fogo, até atingir o estado de cinzas, retirava do morto as marcas da sua identidade, sua personalidade e inserção social. O que restava era lançado ao vento ou às águas dos rios. Em outras palavras, a libertação dos pecados marca a destruição integral da existência.

A mulher de vermelho

A lenda das antigas comunidades hindus pregava uma “mãe terra” sobrecarregada de pessoas vivas. Por este motivo, invocavam que o Deus Brahma enviasse a chamada “mulher de vermelho” — conforme a mitologia ocidental, é a representante da morte — para levar essas pessoas. O objetivo era aliviar o consumo de recursos naturais e a sobrecarga populacional da “mãe-terra”.

Os hábitos japoneses

O Japão é um país majoritariamente budista, que obedece a rituais funerários próprios. A cremação é a prática mais comum no budismo e, apesar do processo em si ser semelhante à cremação no Brasil, os rituais são diferentes.

Primeiramente, há uma rápida cerimônia antes de iniciar o processo, que é acionado por um membro da família. Há a opção, a pedido da família, de a fornalha ser ativada por um funcionário do crematório.

Enquanto ocorre a cremação, a família se reúne para um almoço. Ao fim da queima, a família recebe as cinzas e partes dos ossos do falecido. Com um par especial de hashis — palitos de madeira —, sendo um de bambu e outro de salgueiro (representação da ponte que faz a passagem entre os mundos), os parentes procuram por um osso do pescoço que se assemelha a um Buda sentado.

Após essa etapa, um por um dos familiares transferem partes dos ossos para um vaso. Parte das cinzas e dos ossos são, posteriormente, depositadas em pequenos vasos, que irão para o oratório doméstico, para que o ente querido permaneça entre seus familiares.

A urna cinerária e o butsudan

A maior parte dos restos mortais é colocada na urna cinerária, que é posta dentro de uma caixa de papel branco ou bege e entregue à família. A urna cinerária passa a fazer parte do butsudan (altar doméstico budista), até se transferir para o túmulo familiar num cemitério. Após a transferência, permanecem no altar uma foto da pessoa falecida e o ihai — plaqueta de madeira, que representa a alma da pessoa, que tem escrito o nome póstumo, pelo qual passará a ser chamada no outro mundo.

A cremação no mundo ocidental

Com costumes mais próximos ao nosso, devido à colonização, o ocidente tem práticas fúnebres e regras relacionadas à cremação influenciadas pelas religiões que aqui predominam e pelos hábitos de épocas antigas. Continue a leitura e conheça mais sobre a nossa parte do globo:

A antiga sociedade grega

Em sentido oposto aos hindus, que lançavam as cinzas anonimamente aos ventos e rios, os gregos as guardavam cuidadosamente em memória aos mortos. Porém, a cremação tinha um sentido semelhante: sacrificar tudo aquilo que era mortal e finito, preparando os mortos para uma outra condição de existência e para uma passagem tranquila.

Apesar do sentido, o objetivo da sociedade grega em cremar os mortos era diferente: identificar os cidadãos comuns e os heróis. Os mortos comuns eram aqueles provenientes de morte regular, uniforme e anônima. Por isso, esses corpos eram cremados coletivamente e depositados numa vala comum.

Do lado oposto, os grandes heróis, levados à pira em chamas após uma bela cerimônia de morte, eram aqueles que foram mortos em campo de batalha. Essa marca distintiva era o atestado de virtude e excelência.

Assim, podemos dizer que o ritual para os heróis os tornavam verdadeiros imortais, revestidos de honras e glórias. É somente por essa “morte aristocrática” que o grego antigo se tornava um indivíduo digno de lembrança.

Lembra-se de Aquiles? Ele é o principal exemplo dessa situação, já que foi morto precocemente na flor da idade e no campo de combate.

Portugal

A cremação em Portugal tem o mesmo preço do que o sepultamento. O processo em si é semelhante ao Brasil: a urna é colocada num tapete rolante até o forno.

Ela se queima em dois minutos e o corpo demora entre uma hora e meia, duas horas para se tornar cinzas. Em seguida, entra a fase de trituração do corpo e, logo após, separam-se as cinzas da madeira. As cinzas são colocadas em um pote, mas a família pode adquirir um columbário se desejar.

O destino das cinzas

Até 1998, não se podia fazer nada com as cinzas, sendo o governo o novo “titular” do corpo cremado. Era permitido apenas transportá-las de um cemitério a outro. A partir de 1999, a família precisava só assinar uma declaração no cemitério, optando pela cremação e dizendo que pretendia levar as cinzas consigo.

A situação ainda permanece estranha para aqueles que desejam jogar as cinzas ao mar. Para que isso aconteça, é preciso entrar com um processo burocrático perante as autoridades para pedir autorização da Marinha, da Polícia e da Câmara Municipal.

Algumas culturas têm ritos fúnebres especiais no processo de cremação, o que afirma a ideia de que nossa diversidade nos acompanha até a morte. Não custa lembrar também que o judaísmo, o islamismo e o candomblé não permitem a cremação do corpo, pois acreditam que o retorno do corpo à terra completa o ciclo da vida.

Tem mais alguma curiosidade sobre como funciona a cremação em diversas culturas do mundo? Conta pra gente nos comentários!

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