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O processo de cremação é um assunto que permeia nossas vidas, desde conversas do tipo “quero ser enterrado ou cremado”? até filmes que retratam as guerras entre os grandes impérios, com seus rituais funerários e grandes fogueiras. Com a crescente preocupação em preservar o meio-ambiente e adotar, progressivamente, posturas ecológicas, ser cremado se tornou um tema de discussões sociais. Mas ao contrário do enterro, que sempre foi visto como um ato comum, o processo de cremação não é tão bem aceito assim.
Que tal conferir algumas curiosidades que listamos sobre a cremação? Saiba mais sobre esse processo!
Enquanto a decomposição de um corpo pode contaminar os lençóis freáticos e deixar substâncias poluentes, a cremação é um processo considerado limpo, com a vantagem de não ocupar um espaço físico e de evitar possíveis infecções. A dispersão de cinzas não contamina as águas subterrâneas e os gases emitidos no processo não são poluentes, já que o corpo libera apenas água e gás carbônico em pouca quantidade. Os resíduos tóxicos resultantes da cremação também são retidos pelos filtros de ar.
O islamismo, o candomblé e o judaísmo não permitem a cremação, por acreditarem que o corpo deve retornar à terra. Para a Igreja Católica, a técnica foi um tabu até meados da década de 60.
Como o Brasil é um país majoritariamente católico, o primeiro crematório brasileiro surgiu em São Paulo, na década de 70. Atualmente, temos mais de 40 crematórios em território nacional.
Por outro lado, para o budismo e para o hinduísmo, essa é uma prática obrigatória, para que a alma se purifique e liberte-se do corpo. Para essas religiões, o fogo induz o sentimento de desapego do espírito, contribuindo para sua passagem ao novo mundo. O espiritismo solicita que se aguarde de dois a três dias para efetuar a cremação, que é o período suficiente para que o espírito se desvincular totalmente do corpo físico e desencarnar.
Gregos e romanos utilizavam a cremação em 1.000 a.C. e 750 a.C., respectivamente. Nessas sociedades, o processo era considerado um destino nobre aos mortos. Existem suspeitas de que, numa região da Austrália (lago Mundo), as cremações ocorriam há mais de 20.000 anos.
Japão, Inglaterra e Hong Kong são países com pouca extensão de terra e denso povoamento, motivo pelo qual a cremação é um processo comum. A influência das religiões budista e hinduísta também são motivos para que países como China, Japão e Índia a adotem.
Em 2013, dados fornecidos pelo Jornal do Senado mostram que os mortos cremados no Brasil correspondem a 1,5%. Nos EUA, 37%. No Japão, 99,9%.
Podemos atribuir esses dados ao fato de que o Brasil tem um território extenso (portanto, com espaço para muitos cemitérios). Além disso, como já dissemos, é um país muito católico, onde a permissão para a cremação aconteceu tardiamente.
Os custos com o processo de cremação são menores do que com o enterro, uma vez que não há despesas com terreno, locação, compra de jazigo e manutenção. Os gastos variam conforme o tipo, a duração do velório, o modelo do caixão e os ornamentos (comuns ao sepultamento).
Acrescente a esses fatores a natureza do cemitério (público ou privado). Em um cemitério público, os custos são menores do que nos privados. Em São Paulo, por exemplo, o serviço municipal cobra aproximadamente R$800; nas instituições privadas, a média é R$3.000.
Além dos custos menores, é mais prático, pois as cinzas são repassadas à família, que poderá satisfazer a vontade daquele que se foi da forma que melhor julgarem. Pela sua mobilidade, poderá jogá-las em um lugar específico que tenha algum significado para o falecido (jardim, mar ou montanha), guardá-las em casa ou colocá-las em um local religioso. Se os parentes forem muito tradicionais, poderá utilizar o Columbário local, normalmente dentro do cemitério, onde são depositadas as urnas contendo as cinzas dos mortos.
A urna com as cinzas pode estar presente nas missas litúrgicas, se o bispo local autorizar. A necessidade da permissão se dá aos requisitos específicos da Igreja para a disposição reverente de cinzas. Por isso, é importante consultar as autoridades religiosas da região para saber mais sobre essa possibilidade.
É impossível realizar dois processos de cremação simultaneamente, além de ser ilegal. As câmaras de cremação não têm tamanho suficiente para acomodar mais de um adulto.
Além disso, os restos cremados devem ser individualizados em respeito ao morto e à sua família. A particularização do processo de cremação é o que garante que os parentes recebam os restos cremados corretos. Os crematórios possuem regras e políticas rígidas para que o serviço tenha o menor número de erros possível.
Talvez a maior curiosidade acerca da cremação seja a possibilidade do falecido se tornar árvore. As chamadas bio-urnas são compostas de duas partes: cápsula adaptada que permite a germinação da semente (parte superior) e depósito das cinzas (parte inferior).
A germinação da semente começa separada das cinzas. Porém, na medida em que se inicia o processo de decomposição da urna, as raízes da árvore entram em contato com as cinzas, que a alimenta. A curiosidade não para por aí: é permitido escolher a espécie de árvore.
O processo de cremação pode ser realizado conforme o desejo de cada um. Aquele que gostaria de ser cremado em vez de sepultado, deve expressar sua vontade à família ainda em vida. Porém, os parentes podem se recusar a atender esse desejo, ocasião em que o procedimento não será realizado.
A única restrição verdadeira à cremação é se houver morte violenta. Nesse caso, ela só poderá ser realizada se a família conseguir autorização judicial.
O processo de cremação vem ganhando popularidade em muitos locais, exceto naqueles em que a religião proíbe a prática. Ainda tem dúvidas a respeito da cremação? Deixe um comentário abaixo que a responderemos!
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