Índice
Falar sobre a morte ainda é um empecilho nos nossos círculos de convivência por muitos considerarem um assunto desagradável. Porém, as discussões acerca do nosso destino natural são necessárias quando falamos de doação de órgãos. A doação de órgãos (rim, fígado, coração, pâncreas e pulmão) ou de tecidos (córnea, pele, ossos, válvulas cardíacas, cartilagem, medula óssea e sangue de cordão umbilical) é um ato pelo qual manifestamos a vontade de doar uma ou mais partes do nosso corpo para ajudar no tratamento de outras pessoas.
Em vida, é possível doar órgãos como o rim, parte do fígado e da medula óssea. A doação de órgãos de pessoas falecidas só acontece após a confirmação do diagnóstico de morte encefálica. No Brasil, cerca de 30 mil pessoas esperam por uma doação e o número de doadores, felizmente, vem crescendo a cada ano.
Quais os motivos pelos quais você deve optar pela doação de órgãos? Confira 7 abaixo!
Quando o doador ainda é vivo, ele precisa ser maior de idade e seu receptor deve ser um cônjuge ou parente (avós, pais, tios, filhos, irmãos ou primos). Se não houver parentesco, a doação só pode ser realizada mediante autorização judicial.
Para o doador falecido, basta ter deixado um comunicado à família, que será a responsável por autorizar a remoção dos órgãos. O comunicado não precisa ser escrito. As manifestações de vontade que constavam na carteira de identidade ou de motorista não têm mais validade, após a Lei nº 10.211/2001.
Além disso, no momento da morte, os médicos especializados reveem o histórico de saúde do potencial doador, para determinar se poderá ou não ser um doador. Atualmente, contamos com uma avançada área de transplantes e muitas pessoas podem ser doadoras, inclusive pessoas mais velhas.
Existe um programa nacional de transplantes. A fila de espera de pacientes na doação de órgãos é organizada por estado e é influenciada por vários fatores como: tipo de órgão que o receptor necessita, gravidade da doença, tempo de espera e tipo de sangue.
Conforme informações da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, “cada Estado tem uma Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos que coordena a captação e a alocação dos órgãos, baseada na fila única, estadual ou regional”. Em São Paulo, por exemplo, o sistema divide o estado em 10 regiões, agilizando o processo e aumentando as chances de o órgão ser utilizado. Conforme palavras do cirurgião Noedir Stolf, do Incor, “o sistema paulista é exemplar, comparável aos melhores do mundo”.
Médicos e pacientes têm acesso às atualizações da fila pela internet, o que torna a distribuição transparente. Em outras palavras, não há privilégios, uma vez que a lista é pública e a maioria (cerca de 90%) dos transplantes são realizados pelo SUS.
Um doador tem a capacidade de salvar e de melhorar a qualidade de vida de inúmeras pessoas. Se considerarmos o doador de órgãos falecido, teremos pessoas que serão beneficiárias com coração, pulmão, pâncreas, rins, fígado, ossos, córneas e outros tecidos.
Uma preocupação comum entre as pessoas é saber se a doação de órgãos interfere na aparência do doador e se desfigura o corpo por causa da remoção. A aparência dele permanecerá exatamente a mesma na urna funerária, uma vez que, para remover os órgãos, é feita uma cirurgia semelhante à remoção de apêndice ou a de vesícula biliar. Vale destacar que o doador também pode ser cremado.
A família do doador de órgãos não tem qualquer responsabilidade com os custos relacionados à doação, assim como o receptor, que não precisa pagar pela cirurgia de transplante. Quando se está na fila de espera por um órgão, o receptor não é privilegiado ou desprivilegiado devido à sua condição social ou financeira, sendo importantes apenas outros fatores já tratados.
Todos os custos dos procedimentos de transplantes de órgãos são arcados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), responsável por 90% dos transplantes que ocorrem no país. É ele também o responsável pelo fornecimento, durante toda a vida do receptor, das medicações que evitam a rejeição do órgão transplantado.
Todas as regras relacionadas à doação de órgãos não são tiradas dos hospitais ou dos profissionais de saúde. O Brasil possui uma extensa regulamentação a respeito da doação, como as resoluções dos conselhos de medicina e a Lei Federal nº 9.434/97, modificada pela Lei nº 10.211/2001.
Ela trata sobre a disposição post mortem de tecidos, órgãos e partes do corpo humano para fins de transplante ou tratamento, bem como dos crimes que poderiam ser cometidos nas situações de doações. Ou seja, o doador não está desamparado legalmente pelo seu ato. Pelo contrário, muitas normas tutelam a situação para torná-la rígida e parametrizada, visando sempre a saúde dos envolvidos.
Apesar dos diversos entendimentos sobre a morte, que variam conforme a cultura do local e a religião professada, não se tem conhecimento de que alguma religião se posiciona de forma contrária à doação de órgãos. Pelo contrário, os princípios de caridade, solidariedade e amor ao próximo são máximas de todas as religiões tradicionais e, coincidentemente, são as principais características do ato de doar.
Crenças que não permitem a transfusão de sangue e outras que não se manifestam abertamente favoráveis à doação, relegam à pessoa a decisão de ser ou não uma doadora de órgãos. Em muitos casos, a doação de órgãos ocorre em um momento de perda e de dor para a família.
Mas conversar sobre o assunto não precisa ser um tabu, já que ele está associado à vida. Um doador pode salvar ou melhorar a vida de muitas pessoas.
A ausência de informação é uma das principais causas para o baixo número de pessoas dispostas a fazer doação de órgãos. Por isso, informe-se o máximo possível a respeito desse ato de caridade.
Restou alguma dúvida? Entre em contato conosco, a nossa equipe do Bosque da Esperança está pronta para atendê-lo!
Este conteúdo possui caráter não oficial e meramente informativo. As informações disponibilizadas foram confeccionadas tendo por base a legislação vigente em 10/03/2017. Eventuais alterações legislativas poderão impactar nas considerações apresentadas, não tendo o (Bosque, Renascer, Funerária) qualquer responsabilidade sobre possíveis incongruências que estas modificações possam causar ao conteúdo.
O Cemitério Sem Mistério faz parte das empresas Parque Renascer e Renascer Funerária e criado para ser um portal informativo referente ao momento de luto.